OS SETE PILARES DA SABEDORIA:

Inteligência, Conhecimento, Paciência, Prudência, Justiça, Honestidade e Coragem

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domingo, 3 de outubro de 2010

O TEMPO PERGUNTA AO TEMPO ?

...há quanto tempo foi isso???









Chegou-me à mão, por mero acaso, no passado dia 2 do corrente, um exemplar de «NOTICIA», o jornal de João Charula de Azevedo.

Não o exemplar da foto - que fui buscar à net e só serve para mostrar que a revista existiu - mas a publicação de 19 de Setembro de 1970.

Esta revista era de "consumo obrigatório", na linda Luanda dos sixty e dos poucos seventy


A sede de passar aos sentidos o toque do papel, o grafismo, o cheiro, foi saciada de imediato. O prazer da recordação veio a seguir, pela visualização dos anúncios publicitários. Interessante, esta faceta da publicidade. Marco de referência da nossa posição no tempo e no espaço.

E no fim da revista lá estava ela: "A CHUVA E O BOM TEMPO " - o artigo de opinião de João Fernandes. Li-o duas vezes, a primeira com sofreguidão, a segunda com atenção. A actualidade daquele artigo é um fenómeno, pois tanto quanto sei, João Fernandes nunca foi sujeito para virado para essas coisas de adivinhação de futuros, no entanto, ali estava aos meus olhos, um artigo escrito há 40 anos, e no entanto, parecia ter sido na semana passada.

Sem autorização de ninguém, e com imenso respeito e devida vénia, passo a transcrever a passagem que me despertou todo este entusiasmo:

" O importante, o conveniente, não é que um jornal ou um jornalista, denuncie escândalos pequenos ou grandes. O que importa, o que interessa, é que determinadas pessoas não façam determinados disparates ou patifarias, porque temem a reacção da opinião pública, informada pelos jornais. Talvez se consiga, assim, prevenir em vez de remediar ... Quem poderá ter mais interesse nisso do que a Administração pública?"

e conclui,

" Ao governo, efectivamente, nada poderá interessar mais do que ver analisados e discutidos projectos que tenha e de que podem não ter sido meditadas todas as consequências."

Sábias palavras. Foram escritas em Angola, há 40 anos, tinha o nosso primeiro entrado para o liceu ( e não era domingo).

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