OS SETE PILARES DA SABEDORIA:

Inteligência, Conhecimento, Paciência, Prudência, Justiça, Honestidade e Coragem

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domingo, 27 de junho de 2010

OS PEDINTES, OS PEDINCHAS E A PEDINCHISE - Parte 2 ( ou vice-versa)

Institualizada a " Pedincha", e face ao extraordinário resultado positivo da iniciativa, tornou-se necessária a sua massificação, fazendo crer ao povo que ao aderir a estas iniciativas, se transforma em "Mecenas", que como sabem, foi um político de Roma Antiga, cuja vaidade era bastante superior à sua enorme riqueza. E, bom político como era, arranjou uma fórmula para ostentar a sua vaidade não perdendo dinheiro: Sendo patrono de vários artistas e de variadas artes, conseguia recuperar o dinheiro que gastava nessa actividade, quer pela venda das obras de arte, quer pela valorização do seu património, quer ainda pela diminuição de impostos a pagar (actualmente chamam-se benefícios fiscais).

E daí, a por o Zé Povinho, a fazer o que ao Estado é devido, pelos impostos que lhe entrega, foi um instante.

A imaginação cresceu sem limites, criaram-se "Ligas", "ONG's", e sei lá mais o quê, tudo com o mesmo fim.

E tudo pede e todos dão!

Um € a cada um não custa nada, e se todos derem, compra-se mais uma máquina para hemodiálise, e ainda sobra para uns ramos de flores para futuras ministras.

O que se esquecem de dizer ao povo é que cada Euro nos custou 200$00 (duzentos escudos). E quando o princípio era: se cada português me desse 1$00, eu fico com dez milhões de escudos, ou seja, dez mil contos.
Agora as contas são um pouco diferentes,para melhor, pois com o preço do Euro a 200$00, eu não ganho 10 mil contos, mas sim 2 milhões de contos, repito: DOIS MILHÕES DE CONTOS. Nada Mau. Mesmo nada Mau.

Força Mecenas.

Mas o mal, o verdadeiro mal, não é o contribuir, é o destino que o(s) governo(s) dá(dão) às receitas assim conseguidas.

O Mal é que o governo, ao saber do resultado dos peditórios logo faz as suas contas: Isto quer dizer que ainda há margem para continuar a espremer o povo.

São autênticas sondagens, e bem mais fiáveis que as encomendadas às empresas da especialidade.

É por estas e por outras que só sou um contribuinte porque a isso sou obrigado.

MUITO SEI EU !!!!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

OS PEDINTES, OS PEDINCHAS E A PEDINCHISE (ou vice-versa) - Parte 1

Oliveira Martins, no século19, resumia assim a história de Portugal : « verificando que já não conseguiam alimentar a sua própria população, que nada produzia, deitaram uns pinheiros abaixo e fizeram-se ao mar, buscando outra forma de sustento. Quis a fortuna que encontrassem o caminho marítimo para as Índias, e em concorrência desleal com os camelos da Rota da Seda, passarma a comercializar todo e qualquer produto daquelas paragens, e lá foram vivendo mais uns tempos. No entanto, os piratas ingleses ( digo, corsários), foram pilhando tanto, que o que conseguia chegar a Lisboa, já não cobria as despesas. Aí, virou-se para a potência emergente (ainda hoje assim tratada): o Brasil. E "chupando" o ouro e os diamantes, em extracção continua, sem qualquer mais valia acrescentada, lá se foram desenrascando mais uns tempos. Estava o negócio de feição, acrescido do tráfego negreiro, quando o Pedro I do Brasil, deu o grito do Ipiranga. Então, senhor de muitos recursos, virou-se Portugal para as colónias africanas. E aí se foi Portugal refastelando, lambuzando e da fome libertando».

Faleceu Oliveira Martins, sem conhecer o resto, mas a tradição manteve-se: acabadas as colónias, foram de chapéu na mão pedir por essa Europa fora, até conseguirem entrar na CEE.

E lá vieram os abençoados fundos estruturais.

Aconteceu no entanto, que com a alteração de CEE para UE, e pelo prazo decorrido, fechada foi a torneira dos "fundos fodidos" (desculpem, os fundos, embora fossem designados "perdidos", na realidade eram bem pior que isso), e não vislumbramos, para já, a quem recorrer, a não ser que um qualquer "Magalhães", descubra maneira de se sair desta (segundo o nosso 1º declarou quando os foi vender ao Chavez todos os seus ministros o usam...)


Mas já me estou a afastar do tema ou não, pois como vimos, prática de pedintes já nós a tínhamos.

Continuando ... tanta viagem insegura, teve como resultado ( ora por deserção das suas obrigações, ora por encantamento de outras belezas mais atraentes) um decréscimo de pais portugueses, ficando as mulheres desamparadas, sem meios de subsistência, e pronto: há que estender a mão à caridade (se tivesse sido só a mão...) Tinha sido oficializada a pedinchise!

-Caro cidadão, contribua com o que poder, para a casa das viúvas e orfãs dos naufrágio!

- E o Governo o que faz? Autoriza o peditório! Fica a Pedinchice Legalizada!

Assim, e ainda hoje, praticamente nos mesmos moldes : Contribua para as criancinhas do Canbodja; para as meninas do Padre Eterno; para as pupilas do Sr Reitor; para a Cruz (não importa a cor,vermellha, verde, azul, etc); para a medula da criança XPTO; para etc. ,etc.,.

E para toda a desgraça, lá vai a criança a chorar, pois queria muito mais.


.../....
(continua)