Oliveira Martins, no século19, resumia assim a história de Portugal : « verificando que já não conseguiam alimentar a sua própria população, que nada produzia, deitaram uns pinheiros abaixo e fizeram-se ao mar, buscando outra forma de sustento. Quis a fortuna que encontrassem o caminho marítimo para as Índias, e em concorrência desleal com os camelos da Rota da Seda, passarma a comercializar todo e qualquer produto daquelas paragens, e lá foram vivendo mais uns tempos. No entanto, os piratas ingleses ( digo, corsários), foram pilhando tanto, que o que conseguia chegar a Lisboa, já não cobria as despesas. Aí, virou-se para a potência emergente (ainda hoje assim tratada): o Brasil. E "chupando" o ouro e os diamantes, em extracção continua, sem qualquer mais valia acrescentada, lá se foram desenrascando mais uns tempos. Estava o negócio de feição, acrescido do tráfego negreiro, quando o Pedro I do Brasil, deu o grito do Ipiranga. Então, senhor de muitos recursos, virou-se Portugal para as colónias africanas. E aí se foi Portugal refastelando, lambuzando e da fome libertando».
Faleceu Oliveira Martins, sem conhecer o resto, mas a tradição manteve-se: acabadas as colónias, foram de chapéu na mão pedir por essa Europa fora, até conseguirem entrar na CEE.
E lá vieram os abençoados fundos estruturais.
Aconteceu no entanto, que com a alteração de CEE para UE, e pelo prazo decorrido, fechada foi a torneira dos "fundos fodidos" (desculpem, os fundos, embora fossem designados "perdidos", na realidade eram bem pior que isso), e não vislumbramos, para já, a quem recorrer, a não ser que um qualquer "Magalhães", descubra maneira de se sair desta (segundo o nosso 1º declarou quando os foi vender ao Chavez todos os seus ministros o usam...)
Mas já me estou a afastar do tema ou não, pois como vimos, prática de pedintes já nós a tínhamos.
Continuando ... tanta viagem insegura, teve como resultado ( ora por deserção das suas obrigações, ora por encantamento de outras belezas mais atraentes) um decréscimo de pais portugueses, ficando as mulheres desamparadas, sem meios de subsistência, e pronto: há que estender a mão à caridade (se tivesse sido só a mão...) Tinha sido oficializada a pedinchise!
-Caro cidadão, contribua com o que poder, para a casa das viúvas e orfãs dos naufrágio!
- E o Governo o que faz? Autoriza o peditório! Fica a Pedinchice Legalizada!
Assim, e ainda hoje, praticamente nos mesmos moldes : Contribua para as criancinhas do Canbodja; para as meninas do Padre Eterno; para as pupilas do Sr Reitor; para a Cruz (não importa a cor,vermellha, verde, azul, etc); para a medula da criança XPTO; para etc. ,etc.,.
E para toda a desgraça, lá vai a criança a chorar, pois queria muito mais.
.../....
(continua)
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