OS SETE PILARES DA SABEDORIA:

Inteligência, Conhecimento, Paciência, Prudência, Justiça, Honestidade e Coragem

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quarta-feira, 19 de maio de 2010

PARA SER POLÍTICO BASTA SER, JÁ A MULHER DE CÉSAR ...

Tão grande é a suspeição que grassa sobre a honestidade da classe política, que dei por mim a questionar-me : Que tipo de curso é necessário tirar para ser político? Sim, porque num país onde impera o doutorismo, deve existir um "canudo" qualquer para político.

A busca resultou em nada. Nem quis acreditar. Terá sido por não ser preciso curso superior, que o nosso primeiro quis acabar a licenciatura em engenharia, independentemente de tal não lhe servir para nada, antes pelo contrário?

Passei então à procura de saber o que é considerado o mínimo indispensável para ser político. Nada encontrei que me elucidasse. Fiquei com a impressão que saber ler e escrever é condição necessária e suficiente.

E quando me lembro que, na Roma Antiga, os jovens que sentissem vocação "para servir a Pátria e a Comunidade", tinham de seguir uma carreira administrativa, militar e executiva que lhes proporcionasse uma boa experiência, para o dia em que acedessem a cargos de relevância... que pensar do exemplo português?
Mas como dizia Obelix : Estes romanos são doidos!

Olha o pessoal exigir, cá em Portugal, que os políticos apresentassem primeiro o seu currículo. Era só o que faltava! Ainda nos arriscávamos a ter como políticos pessoas que soubessem distinguir a ética da política.

E sobre isto (da ética e da política), se recorrermos aos antigos Gregos, temos o pensamento de Aristóteles sobre o assunto : «centrava a ética na acção moral e voluntária do indivíduo enquanto indivíduo e a política nos vínculos institucionais à comunidade.»

Já a utopia platónica não ia por aí, pois considerava « necessário limitar ao mínimo a propriedade, tornar-se vegetariano – como proposto por Pitágoras – e até extinguir as unidades familiares de forma a garantir que todos se sintam irmãos de fato porque criados pelo Estado, não por famílias.»

Interessante, não?

E se nos lembrarmos que estes dois, Aristóteles e Platão foram discípulos de Sócrates ( não, nem o nosso nem o futebolista brasileiro, mas sim o grego!) a coisa tem tem mais consistência, pois este, acreditava piamente que « basta saber o que é a bondade para ser bom » - santa ingenuidade!



Ora bem se sou eu que estou a escrever também sou eu que decido o que fazer com estes conceitos, se transportados para a actualidade.



Os políticos de direita aproximaram-se se Aristóteles e os de esquerda de Platão.

O povo, acreditou no Sócrates e temos o resultado à vista:

- Qual ética, qual bondade, qual seriedade, qual quê!

Será que não há maneira de se por cobro a isto? Será que os políticos não têm que servir de exemplo? Como pode um partido aceitar que alguém apareça em suas listas, sem saber quem foi, mas apenas quem é? Isto para não perguntar como é que alguém, que foi conotado com ligações a casos de pedofilia, de aberturas de contas "Off-Shore" aparentemente fraudulentas, tem coragem para se candidatar a cargo de deputado, e onde está o bom senso do povo que o elege?

Voltando à Grécia Antiga:

«A essência da Ética Socrática é o poder libertador do verdadeiro conhecimento confrontado com a hipocrisia.»
Acho que os políticos actuais, viraram isto do avesso. Esta coisa da ética, é algo muito maçador de se observar, e convenhamos, se não fossem hipócritas, como seriam eleitos?
Pois é. Para ser político em Portugal, basta ser. Só a mulher de César, também tinha que parecer.
MUITO SEI EU!!!!