OS SETE PILARES DA SABEDORIA:

Inteligência, Conhecimento, Paciência, Prudência, Justiça, Honestidade e Coragem

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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

UM CONTO (de amor) DE UMA REALIDADE

Reencontraram-se.
Depois de 47 longos anos.
Tinham vivido um amor lindo de pré-adolescentes - ela possuía toda a beleza do mundo que por sua vez só era lindo porque ela existia. 
Estudavam no mesmo liceu, apanhavam os mesmos autocarros, frequentavam o mesmo jardim.
Os Beatles cantavam "Listen, do you want to know a secret?"
Viveram um romance mais puro que o de Cinderela e Pedro, imortalizado muitos anos mais tarde, por Carlos Paião.
Foi a vida que os afastou. 
O mundo mudou, e mudou muito. Quer com o surgimento de novos países, quer com novas descobertas cientificas,quer com novas fontes de conhecimento, que trouxeram novas tecnologias. 
Já o ser humano não mudou tanto assim. Apenas se foi adaptando às novas formas de estar, como sempre aconteceu. 
Os sentimentos, bons, maus, ou nem bons nem maus, continuaram imutáveis.
E para eles não foi diferente. De vez em quando, apesar de novas situações de vida,vinha a lembrança daqueles doces momentos, pois nunca se esqueceram um do outro.
Nessas alturas, os olhos ganhavam nova vida. Sorriam e brilhavam. Quem reparava sentia inveja da felicidade mostrada.
E um dia ele viu uma mensagem no seu Facebook. Seria ela??? Perguntou-lhe e ela confirmou. Já há um ano atrás o tinha descoberto e mandado uma mensagem, à qual não obteve resposta. Mas não desistiu e tornou a insistir.
Para ele ficou de imediato decidido. Tinha de a ir ver. 
E foi. 
Marcaram encontro num café. E reencontrara-se.
Viu no rosto dela as rugas que desenham o mapa da sua vida,mas ainda assim belo, os olhos guardam a mesma expressão, um misto de ternura e de malandrice. E a voz? Fresca, melodiosa, alegre.
As bocas falaram de futilidades, mas os olhos falaram da felicidade do momento.
Foi algo de maravilhoso, enchendo a alma daquele calor que só o carinho consegue fazer. 
Depois ele regressou para a cidade onde vivia. Ficou a promessa de nunca mais tornarem a perder o contacto. 
Os bilhetinhos de um amor ingénuo e puro passaram à forma actual dos SMS.
Começou a crescer nele o sentir de ter encontrado o amor perfeito. Bastava a recepção de uma mensagem, para sentir a sua presença, quase palpável. 
Passou a viver com ela, separados por cerca de 600 km, como se de um casal se tratassem.
Ele cumprimentava-a de manhã. ela respondia, ele queria continuar a conversa e ela "despachava-o" carinhosamente porque tinha de ir trabalhar - não era como ele que já estava reformado. E ele, ansiosamente aguardava pelo fim da tarde, para de novo se encontrarem. Havia dias, que não aguentava e a meio da manhã ou da tarde, lá tentava um telefonema ou um sms. Às vezes conseguia resposta e era uma alegria. Durante a noite, como ficava acordado até mais tarde, procurava virtualmente, maneira de se aproximar do travesseiro dela, sem ninguém ver, e deixar uma surpresa, uma espécie de pequeno almoço, que ela pudesse saborear ao acordar para um dia mais feliz.



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