Por força de uma decisão concertada(?) da maioria dos partidos políticos com assento, e com apenas um partido contra, ficou o País desgovernado.
Por incrível que possa parecer, ou melhor, por incrível que me possa parecer, uma acção normal em democracia, foi considerado uma crise. E uma crise tão grande, que já vamos a meio de Abril e ainda assim é considerada.
E pensar eu, que há 37 anos me venderam a ideia que o acto eleitoral, era o expoente máximo, da democracia, pois através dele o povo daria a sua opinião, manifestaria a sua vontade, e vincularia ao seu poder soberano, o rumo a seguir pelos partidos políticos, tendo por base o seu ideário.
Bem me levaram com essa.
A tal vontade e poder do povo, limita-se afinal, no caso português, a uma escolha sobre três ou quatro pessoas, que na altura se encontrem à frente dos partidos, incidindo a mesma, mais (muito mais) no aspecto físico e simpatia do indivíduo, do que nas suas ideias para o futuro ou naquilo que fez no passado.
Admiravelmente para o povo português, o passado, que na prática nos indica com maior precisão o futuro, é posto completamente de parte. Não conta. Ele(a) fez mal, mas agora vai fazer bem.Não conta Ele(a) esteve metido em situações escabrosas e esteve sob suspeita de corrupção, mas nada foi provado. Não conta. Ele(a) conseguiu mentir com o maior descaramento, masse calhar não era bem assim. Não conta Ele(a) esbanjou as contas públicas, levando a coisa pública à ruina, mas os outros fariam o mesmo, etc., etc.
E como tanto gostamos de fazer festas aos caídos, porque neles nos revemos, porque é o que pretendemos que nos aconteça, se um dia falharmos, aí estamos, patrioticamente erguendo de novo, e dessa forma sancionando, tudo o que pelo candidato foi feito.
Isto é uma situação nova? Nem pensar.
Para não ir muito atrás, limito-me ao passado bem recente:
Não foram reeleitos pelos portugueses, autarcas a contas com a justiça, alguns até já condenados, outros que a ela fugiram e outros escudados com aquela aberração jurídica do recurso?
Não foi Oliveira Salazar, escolhido pelos portugueses, como o português mais notável do século XX?
Não são os portugueses que elogiam quem foge aos impostos, considerando essas pessoas como sábias e espertas?
Então não é de admirar, que os portugueses tornem a escolher quem acabou de os lixar.
MUITO SEI EU!!!!!
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